Alguns atletas têm realmente dificuldades em se adaptar ao novo país, a nova cultura e idioma. São outras formas de pensar e até mesmo de jogar, alguns até se esforçam, mas tudo vai além das suas possibilidades de entendimento. Outros pulam etapas e processos no Brasil através de atalhos e chegam completamente despreparados em todos os sentidos, assim chegam e voltam.

Outros chegam pensando que serão os “Pelés” ou que irão chegar jogando 40 ou 50 minutos no caso da Rússia, que são dois tempos de 25 minutos efetivos por jogo, sendo assim faltando com respeito aos profissionais que ali já estão não querendo esperar o seu momento chegar para poder conquistar o próprio espaço. Esses são alguns dos motivos por que alguns atletas não conseguem se adaptar ao exterior!

E no meio desta série, ainda temos os famosos “Tiriças”… Os nossos amigos “preguiçosos” que roubam nos treinos. Dessa última “turma”, não é necessário relatar muitas coisas que todos nós já sabemos (risos).

Dicas para aumentar as chances de uma adaptação mais eficaz e rápida a sua nova realidade:

Chegar com inteligência e humildade, fundamental aprender o mais rápido possível o idioma local e a cultura, isso já é uma demonstração de respeito perante as pessoas do novo país onde você irá viver e trabalhar. O simples fato de já chegar falando o idioma deles 10 x 0 para você já estará na frente de muitos. Depois é essencial entender como funciona os processos e dinâmicas dentro do clube que te contratou, trabalhar muito, demonstrar primeiro e conquistar a confiança do clube e dos companheiros de trabalho, ter cabeça e visão abertas para outros modos e costumes de trabalhar e viver, além de estar aberto para aprender coisas novas referentes a novos conhecimentos, questões táticas e técnicas.

Outra dica seria “esquecer” do Brasil, tentar viver como as pessoas vivem no local, observar a maneira de alimentação. A maneira de descansar serão diferentes também, problemas irão surgir sim, e você não terá os seus familiares para te acudirem (risos), também não terá como fazer uma conexão tipo Rio/São Paulo e vice-versa porque no meio de tudo isso terá um Oceano Atlântico entre o Brasil e a Europa. Por isso é importantíssimo entender o significado da palavra *resiliência* e o “que é ser antifrágil” como diz Nassim Nicholas Taleb em seu livro: “aprenda o que é saber sofrer para que você possa superar todos os obstáculos em busca de alcançar os seus objetivos no exterior”. E te digo mais… se você for da turma do *Mimimi*(risos), te peço encarecidamente e por favor para não tentar uma experiência de jogar no exterior. Porque nem tudo são flores como parece ser e você terá uma péssima experiência. Porém se você for um atleta do tipo “pau para toda obra”, bom de serviço, e ainda disposto a renunciar o próprio ego e questões pessoais, vai com tudo que o sucesso está te esperando.

Se a questão fosse somente o valor que se irá ganhar em “€uros ou Dólares” … se assim o fosse com certeza seria muito mais fácil, mas a questão tem que ser analisada de forma globalizada, por isso é mais complexo daquilo que parece ser. Saiba que o foco não pode ser, apenas, o financeiro.

São raríssimas as exceções que conseguiram pular etapas e processos e ainda se darem bem, este percentual é baixo e as probabilidades ainda menores.

Aqueles que se adaptam mais rapidamente a esta série de fatores que englobam o viver em outro país obedecendo essas dicas serão os atletas que viverão o sonho de jogar fora do Brasil de forma vitoriosa. Afinal, todo atleta sonha em vencer nas quadras e ou campos e vencer na vida.

Gera Junior